Comitiva do Amapá chega à COP30 em Belém trazendo a participação de comunidades tradicionais e a agenda da Sociobioeconomia

Mais de 200 representantes do estado, incluindo a sociedade civil, academia e setor produtivo, chegam após viagem de 24 horas de balsa para defender a floresta e o desenvolvimento de comunidades tradicionais no evento climático mundial.

Às vésperas da 30ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP30), sediada em Belém (PA), a comitiva amapaense desembarcou neste domingo com uma delegação robusta de 218 pessoas, após uma jornada de 24 horas em um ferryboat.

Sob a coordenação de Gutenberg Silva, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amapá (FAPEAP), a viagem de barco — um meio de transporte intrinsecamente ligado à vida amazônica — simboliza a forte conexão do estado com o irmão vizinho do estado do Pará e abre espaço para uma participação representativa com inclusão de comunidades na pauta climática e a defesa do seu território. 

“Então esse é o formato da nossa delegação, 218 pessoas vieram na embarcação, uma outra parte vem de avião, é uma delegação robusta, uma delegação organizada, todos que vieram aqui tem pauta ou vão ajudar dando suporte para nossa delegação. O Amapá na COP 30 mostrando sustentabilidade, querendo reforçar e ampliar as parcerias e trazer investimentos para o nosso estado, diz Gutenberg.

Gutenberg Silva coordenou a comitiva do Amapá para participação na COP30 (Foto: Thales Lima)

A delegação é diversificada, reunindo representantes de 18 secretarias estaduais, órgãos federais (como IBAMA e Embrapa), instituições de ensino superior e pesquisa (Unifap, UEAP e IEPA), além de Escolas Famílias, o setor de pesquisa e um grupo de 60 startups.

Sociobioeconomia como agenda

A principal agenda do governo do Amapá na COP30 é o lançamento do Plano Estadual de Apoio à Sociobioeconomia (PEAS). Este plano reflete o entendimento de que a conservação da floresta deve caminhar lado a lado com a melhoria das condições de vida das comunidades locais, um princípio que também é a base de atuação das Escolas Família.

Ivan Rubens, Coordenador de Projetos do Instituto Terroá e pesquisador, destacou a presença massiva de membros de Escolas Família Agrícola e Agroextrativista — como as do Pacuí, Perimetral Norte, Carvão, Maracá e Macacuari.

“Para essa essa comitiva toda que é do interior do Amapá, a COP já começou há pelo menos um mês quando o governador Clécio Luis convidou as Escolas Famílias. Então a expectativa vem aumentando, a gente chegou a Belém e agora vamos viver intensamente a COP 30″, disse Ivan.

Ivan Rubens destacou a presença de membros de Escolas Famílias do Amapá (Foto: Thales Lima)

A participação destas escolas, segundo o pesquisador, garante que a pauta da educação no campo e dos territórios, vinda diretamente dos povos ribeirinhos, extrativistas e quilombolas, seja ouvida. As Escolas Família realizarão um painel de discussão no estande do Governo do Estado do Amapá no dia 17 de novembro. O tema central, escolhido pelos próprios alunos, será a água, com apresentações de suas práticas e experiências.

O setor acadêmico e de pesquisa está fortemente representado, reforçando a importância do conhecimento científico para a sustentabilidade do estado. Kátia Paulino, reitora da Universidade do Estado do Amapá (UEAP), enfatizou a união das três instituições de ensino superior (UEAP, Unifap e IEPA) na delegação. A universidade levará ao estande do Amapá a “sua capacidade de capitalidade”, apresentando iniciativas empreendedoras e trabalhos de professores e técnicos.

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